Em Aracati, esse sim é dito desde 1933, ano da chegada das Filhas da Caridade.

Aproveitamos a oportunidade para relatar as venturosas palavras do Padre Antônio Ronaldo Vieira Nogueira (Pároco de Aracati):

“Pobreza, obediência, castidade e serviço aos pobres. É interessante porque o quarto (voto) volta para encomendar os outros três. A pobreza não é simplesmente para cortar gastos. A pobreza é por causa do serviço aos pobres. É só quando a gente experimenta o despojamento de si que descobrimos o essencial para as nossas vidas. Vivemos num mundo do cultivo do supérfluo, do cultivo das necessidades. É preciso ter a melhor televisão, o melhor celular, cama, o melhor isso, o melhor aquilo. Cada dia mais o mundo de hoje cultiva e quer cultivar em nossos corações a necessidade de querer sempre mais. Por isso esse voto é um voto profético. Enquanto o mundo quer sempre mais vocês querem sempre menos. Entendo isso como base do serviço aos pobres. [...] E só assim o voto de pobreza pode significar na vida de vocês. [...] O voto da obediência é dizer como Maria: - Sim. Sim. Sim! Eis aqui a tua serva. Foi pra isso que me consagrei, para ser uma serva. E quem se entrega ao serviço como Maria e como o próprio Jesus aprende sempre com o lava-pés a se abaixar ao pé, qualquer que seja ele. [...] Diante de tudo isso vocês estão dizendo como Maria: - Eis aqui a tua serva. Faça-se em mim segundo a tua vontade. Aonde quer que seja. Hoje aqui em Aracati, amanhã poderá ser em outro lugar. E tudo isso, mais uma vez, por causa do serviço aos pobres. [...] Os superiores de vocês são os pobres. E esses superiores são exigentes. No serviço a eles se experimenta uma gratuidade muito grande e se aprende muito. Quando um pobre pede uma esmola, ele não diz: obrigado. A relação de gratuidade com Deus é tão grande que ele não agradece por si mesmo. Ele simplesmente diz: Deus lhe pague. Ele bota na conta de Deus. Olha como podemos aprender com eles! Não sou eu que estou agradecendo, mas quem vai pagar a vocês é Deus. Veja que relação de gratuidade o pobre tem com Deus. Ele não agradece a gente, ele não diz: - Obrigado. Ele diz: - Deus é quem vai lhe pagar. É nessa obediência que nós, também, podemos aprender a gratuidade. É a cada ano que vocês dizem sim. Mas a cada ano vocês dizem isso de uma vez para sempre. É hoje que vocês recordam o caminho vocacional. [...] E todos nós que estamos aqui ficamos nessa expectativa de um renovado sim. Um sim que é dado em silêncio. E o sim que é dado em silêncio se torna mais frutífero do que o sim de muitas palavras. O serviço dos pobres, amadas irmãs, ilumina os outros votos. É por causa deles, imagem de Cristo presente no meio de nós, que vocês, hoje, querem responder a esse apelo. Nós estaremos no aguardo. Nós estaremos na expectativa. Estaremos na oração para que vocês continuem a dizer: - Sim, Senhor, eis aqui as tuas servas. Faça-se em nós segundo a tua palavra. Eucaristia é o alimento. É ela que nos fortalece. Amém.